A atuação do Banco Central brasileiro
Se pudermos rotular a atuação do Banco Central brasileiro ao
longo desses anos poderíamos dizer que é rótulo de conservador.
Praticou uma política monetária restritiva, com elevados percentuais
de depósito compulsório e elevadíssima taxa de juros.
Sua tônica foi colocar-se acima dos prognósticos mais otimistas,
contrariando em determinadas ocasiões até o desejo do Presidente
da Republica e da equipe econômica que atua fora do Banco Central,
no que se refere a um alívio maior da economia.
Apesar desta constatação, não podemos deixar de reconhecer que
neste momento de crise financeira a autoridade monetária está
agindo com retidão e preventivamente.
Liberou linhas de crédito aos exportadores. Alterou legislação
permitindo agir rapidamente em eventual socorro aos bancos.
Liberou e reduziu os recursos do compulsório. Vem atuando forte
no mercado cambial.
É evidente que o nervosismo do mercado leva alguns agentes econômicos
a uma prática irracional, e quando isso acontece não há oração
que chegue, mas de qualquer maneira, preliminarmente, dentro
do que cabe ao Brasil, o indicativo é que as ações estão alinhadas
com as necessidades atuais.
Espera-se que no seio do governo se admita a magnitude da crise
e se necessárias, outras decisões possam ser tomadas, garantindo
que o Brasil, na prática, realmente esteja mais bem preparado
para enfrentar os efeitos que a crise financeira poderá nos
causar.
O que está em jogo é a garantia da estabilidade de preços, sem
que haja forte redução do crescimento econômico.
O Banco Central, ao menos por hora, está atendendo as expectativas.
Reinaldo Cafeo - 47 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Jornal O Planeta Economia